Quintal Medicinal, unindo saberes populares e científicos

Por Luan Cezário

Criado em 2023, por Lilier Rodrigues dos Santos, docente em agronomia na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e técnica em agroecologia no CTUR, o Quintal Medicinal une saberes populares e científicos, com o objetivo de promover práticas sustentáveis e educação ambiental.

Canteiro de plantas medicinais do projeto, localizado nas áreas externas do CTUR. Foto: Luan Cezário/CTUR

O projeto surgiu de um trabalho de iniciação científica de Lilier, em 2022, chamado de “Farmácia Viva”, e tinha como ideia inicial somente a extração de óleos essenciais. Com o passar do tempo, o projeto foi se expandindo, com a criação de canteiros e envolvimento de outros colaboradores. Até se tornar o Quintal Medicinal que foi apresentado em 2023, durante a Semana de Agroecologia do CTUR.

Em 2024, aconteceu a consolidação do Quintal Medicinal, conquistando uma publicação nos livros anais do XII Congresso Brasileiro de Agroecologia, realizado no Rio de Janeiro. No início deste ano, em janeiro, ganhou destaque no programa “Vozes da Saúde” da Fiocruz, indicando sua relevância e discussão em diversos âmbitos além da UFRRJ.

A idealizadora do projeto definiu como “desafiadora” a experiência de participar do programa, e ressaltou a importância de ocupar esses espaços. “Foi desafiador, pois nos tira da roda de conversa e nos leva a falar da parte técnica sem deixar a emoção tomar conta. Mas foi de grande importância, pois nos permitiu fomentar e validar o “Quintal Medicinal”, revelou.

Capa do programa realizado pela Fiocruz. Foto: Reprodução/Fiocruz

O Quintal Medicinal também funciona com uma prática de extensão. Inicialmente, envolvia somente os estagiários de Agroecologia do Colégio. Hoje, são realizadas diversas visitas técnicas em outras instituições, levando oficinas práticas sobre a produção de chás e xaropes.

Oficina de produção de chás e xarope realizada durante a XIV Semana Acadêmica do CTUR. Foto: Luan Cezário/CTUR

Lilier Rodrigues destaca a importância de resgatar os saberes ancestrais e alinhá-los ao saber científico. “Explicamos a parte científica, mas sempre voltado ao saber do seu ancestral, do seu pai, da sua mãe. Então, a gente aqui está sempre perguntando isso. O que a pessoa leva daqui do quintal medicinal, depois da oficina? É o resgate das suas memórias, um chazinho que a gente oferece, um bolo que a gente faz de capim-limão, uma pomada que a gente faz de arnica, algo que vai resgatar uma memória afetiva”, disse.

O nome “Quintal Medicinal”, inclusive, foi inspirado em uma memória afetiva de Lilier. Ela diz que se inspirou nos quintais de suas avós, algo que marcou sua infância. “Houve, sim (uma inspiração). Os quintais da minha bisavó, Siafortuna, como era conhecida, minhas avós e de uma senhora que conheci em um assentamento chamado Emiliano Zapata”.

Lilier Rodrigues coordenadora do Quintal Medicinal. Foto: Luan Cezário/CTUR

Após o Congresso Brasileiro de Agroecologia, o projeto de banco de Germoplasma ganhou força, com muitos voluntários querendo participar. “Nós fazemos distribuição de mudas. O projeto é isso. É um banco de germoplasma de plantas vivas, onde a gente propaga mudas. Ajudando outros pequenos produtores também a terem seus quintais com plantas medicinais”, revelou Lilier.

Hoje, o Quintal conta com um grande acervo de plantas. São aproximadamente 40 matrizes (plantas usadas como fonte para coletar sementes, frutos ou material para produção de mudas ou sementes de alta qualidade), além das espontâneas, aquelas que não precisam ser semeadas.

Ao ser perguntada sobre o futuro do Quintal Medicinal, Lilier deixou em aberto. Mostrando que estão abertos às oportunidades que surgirem. “Ainda não sei que rumo o Quintal Medicinal vai seguir. Como somos raíz, solo, folhas… deixemos o vento nos levar”, afirmou.


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